No primeiro momento da aula de hoje, a professora fez uma retomada a Pedagogia dos Multiletramentos. Ressaltando que o texto tem que "esbarrar" no contexto econômico. Para o texto ser bom, ele tem de estar engajado em um pluralismo cívico.*
Em seguida, a professora falou sobre Texto e Sujeito. E nos conduziu a uma reflexão através de uma pergunta: Quem sou eu como autor? Se temos uma marca, onde as pessoas possam nos reconhecer em nosso texto, nosso ethos. Mais uma vez, houve a Roda de Conversa. Onde mais 5 colegas de classe apresentaram um livro que leram a turma.
No segundo - e último - momento da aula, foi nos passado um texto chamado Ethos. Onde tínhamos de encontrar as definições abaixo:
Ethos 》Por meio da enunciação, revela-se a personalidade do enunciador. São os traços de caráter que o orador deve mostrar ao auditório, pouco imortando sua sinceridade.
Tom 》É o que dá autoridade ao que é dito. Ele permite ao leitor construir uma representação do corpo do enunciador.
Enunciação 》Processo no qual o texto como produto acontece.
Fiador 》A leitura faz, então, emergir uma instância subjetiva que desempenha o papel de fiador do que é dito.
Caráter/Corporalidade 》O "caráter" corresponde a uma gama de traços psicológicos. Já a "corporalidade" corresponde a uma compleição corporal, mas também a uma maneira de se vestir e de se movimentar no espaço social. O caráter e a corporalidade do fiador provêm de um conjunto difuso de representações sociais valorizadas ou desvalorizadas, sobre as quais se apóia a enunciação que, por sua vez, pode confirmá-las ou modificá-las.
Incorporação 》Designa a ação do ethos sobre o co-enunciador. Jogando com a etimologia, podemos ver como essa "incorporação" opera em três registros indissociáveis:
- a enunciação leva o co-enunciador a conferir um ethos ao seu fiador, ela lhe dá corpo;
- o co-enunciador incorpora, assimila, desse modo, um conjunto de esquemas que definem para um dado sujeito, pela maneira de controlar seu corpo, de habitá-lo, uma forma específica de se inscrever no mundo;
- essas duas primeiras incorporações permitem a constituição de um corpo, o da comunidade imaginária dos que comungam na adesão a um mesmo discurso.
* A professora deu um exemplo simples, para melhor compreendermos, do que seria a falta de pluralismo cívico. Ela falou sobre o caso da torcedora que xingou um goleiro de macaco e que ganhou um grande destaque nacional nos meios de comunicação.